Na Amazônia, o mito, ainda cabem vários sonhos e projetos de futuro. Mas e na Amazônia real? Ainda cabe o quê? A provocação, a princípio, sugere possibilidades aparentemente infinitas para a região e seus povos.
Uma avaliação mais atenta da questão, contudo, coloca uma lente de aumento sobre aspectos da vida amazônica que o Brasil ainda ignora. Da exaltação do mito ao lamento pela destruição do último dos Eldorados, ela desafia o observador a dar-lhe uma resposta pela qual, registrando-a sob a forma de imagem, ele descobre a si mesmo e ao outro. Desse modo, o registro documental imagético, inventário de práticas sociais e culturais, contribui com as ciências humanas e sociais no mapeamento e na interpretação dessas realidades. Em um caminho divergente, a ciência e a perspectiva tecnológica a ela associada tende a traduzir a Amazônia como repositório de recursos naturais, diversidade biológica e “banco” genético, que deve ser explorado para atender as necessidades humanas, mais especificamente para responder ao modelo hegemônico de progresso. Ocorre que, enquanto vetores do desenvolvimento racional e do ideário de florescimento humano a ele subjacente, a ciência e a tecnologia opõem-se ao conhecimento tradicional, isto é, aos saberes e modos de vidas de povos e comunidades locais, por considerarem que eles constituem entraves à modernização que se ajusta aos interesses do capital e do mercado em ampla tensão com os interesses de coletividades e com a desejável justiça socioambiental. Tendo em conta as possíveis tensões que decorrem do encontro entre essas narrativas, alguns questionamentos se colocam: os saberes tradicionais e a ciência constituem racionalidades rivais? Em que pesem suas dissensões, a cooperação entre essas racionalidades constitui uma alternativa viável? E, em consequência, no campo da proteção ambiental, existem justificações racionais para que o humano seja apartado de seu ambiente e a biodiversidade separada das culturas humanas? O que propomos nesta atividade é um diálogo cooperador entre o conhecimento científico e os saberes tradicionais tendo em vista uma concepção de conservação da biodiversidade sensível aos valores de justiça social, participação popular e sustentabilidade. Tal cooperação encontra sustentação nos aportes teóricos do modelo da interação entre a ciência e os valores e em seus argumentos em favor do pluralismo estratégico que apontam para a necessidade de pesquisas baseadas na complementaridade metodológica e para a possibilidade de adoção de alternativas não convencionais nas práticas de conservação da biodiversidade. Assim, nas duas mesas que compõem o presente debate, focalizaremos as seguintes questões:
InscriçõesAtravés do e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.OrganizaçãoGrupo de Pesquisa Filosofia, História e Sociologia da Ciência e da TecnologiaProgramaçãoMesa 1: 09 de abril de 2014Horário: 9h30 às 12h30 Expositores: Antonio Carlos Diegues (NUPAUB/USP) e Sylvia Caiuby Novaes (USP) Debatedor: Stelio Marras (USP) Mediadora: Ana Tereza Reis da Silva (UnB e IEA/USP) Mesa 2: 10 de abril de 2014 Horário: 9h30 às 12h30 Expositores: Mauro William Barbosa de Almeida (UNICAMP) e Ana Tereza Reis da Silva (UnB e IEA/USP) Debatedor/mediador: Stelio Marras (USP) OUTRAS INFORMAÇÕES
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"Crítica, no sentido marxiano, significa sempre a busca dos fundamentos históricos e sociais que deram origem a determinado fenômeno social, permitindo, com isso, compreender a sua natureza mais profunda e não simplesmente o questionamento de lacunas ou imperfeições” (TONET, 2013, p. 11). Quem pode participarProfessores e alunos de graduação e pós-graduação da Faculdade de Educação da UnB e de outras faculdades, professores da educação básica e pessoas interessadas na temática.
Objetivos
Palestrante
Data: 14/04/2014 - 08h às 12h.
15/04/2014 - 14h às 18h. 16/04/2014 - 08 às 12h. Local: Sala dos Papirus - Faculdade de Educação/UnB OUTRAS INFORMAÇÕES |
O Decanato de Ensino de Graduação tem o prazer de convidar a comunidade acadêmica para mais um encontro do ciclo de diálogos intitulado *"Café com Nóvoa".*
Partindo da compreensão da universidade como uma comunidade de diálogo, de reflexão e de partilha, reiteramos o convite para este segundo encontro cujo tema é: OUTRAS INFORMAÇÕES |
Convidamos a toda comunidade universitária da UnB para participar de um grande ato em descomemoração dos 50 anos do Golpe de 64, para os dias 2 e 3 de abril de 2014. No dia 02/04 o ato será na quadra de esporte – OCAS, abaixo da Fac. Educação as 09:00 hs. No dia 03/04 será no Anf. 09 as 10:00 Hs.
Em 1964, o golpe que instaurou a ditadura no país trouxe anos difíceis para a UnB. Acusados de subversivos, estudantes, servidores e professores foram perseguidos pelo regime. A liberdade de expressão e criação foi amordaçada.
A repressão que vivenciamos no passado tenta se impor nos dias de hoje. No Congresso Nacional, deputados tentam aprovar o Projeto de Lei 499/2013, que institui o crime de terrorismo que considera terrorista todo àquele que participar de manifestações, em uma tentativa desesperada de tirar a população das ruas.
As manifestações de junho do ano passado demonstraram a vontade de protagonismo político da população brasileira. Na semana dos 50 anos do Golpe, assistimos uma tentativa de vários setores em tornar letra morta os direitos democráticos duramente conquistados pela sociedade brasileira. Não permitiremos a volta ao passado autoritário.
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